sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Fobias - Origem e o que é


Atualmente, são discutidos os mecanismos de aquisição das fobias. Há evidencias de que os medos são adquiridos por condicionamento ou outras formas de aprendizagem, enquanto outros surgem de forma não associativa ou espontânea. A teoria para a aquisição não associativa, e de que alguns medos teriam uma origem inata ligada a situações ou estímulos considerados aversivos evolutivamente.
As fobias específicas são consideradas como um transtorno de ansiedade, pois seus sintomas são medo de um estímulo específico (podendo ser ambientes, situações, animais, sangue e ferimentos, etc). O medo é uma resposta adaptativa, surgindo em situações de ameaça. Quando esse medo começa a ocorrer de forma mais intensa do que a situação justificaria ou em situações impróprias, passa a ser considerado um transtorno de ansiedade.
Essa ansiedade manifesta medo no indivíduo, insegurança, pensamentos dominados por catástrofe, antecipação apreensiva, aumento da vigília ou alerta, tensão muscular, dentre outros desconfortos. Assim, a fobia específica é um medo gerado pela presença ou antecipação do objeto ou situação temida, sendo um medo acentuado, persistente, irracional e excessivo.

A fobia é uma manifestação de três componentes:
·         Verbal-cognitivo: que pode ter três significados.
a)    Está relacionado a percepção pelo sujeito de sua resposta autonômica, de modo que ele classifica como medo ou ansiedade;
b)    Pode ser conceituado como uma preocupação ou como pensamentos negativos durante a exposição do estímulo fóbico, incluindo medo de não estar apto a lidar com a situação;
c)    Relaciona-se a mudança de humor, sentimento de irrealidade, incotrolabilidade, auto-acusação, culpa do sujeito quando exposto ou diante do estímulo fóbico.
·         Fisiológico: corresponde as respostas autonômicas, corticais e neuromusculares ao estímulo fóbico.
·         Comportamental: refere-se a fuga ou esquiva do estímulo fóbico.
Os componentes são parcialmente independentes, e são formas de abordar um fenômeno. Um sujeito fóbico não apresenta apenas um componente isolado, geralmente apresenta uma menor ou maior ativação em cada um dos três.

  

Geralmente um indivíduo evita a situação fóbica ou a suporta com grande ansiedade, o que interfere significamente na rotina do indivíduo, em suas relações sociais, e ainda, um sofrimento acentuado por ter a fobia.

Mais abaixo vocês verão alguns exemplos de fobias e como elas agem na vida de uma pessoa.


Referências:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1677-04712005000200005&script=sci_arttext
http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol34/n4/196.html

POEMA - "Quem tem medo de que?" Ruth Rocha



Eu vou contar pra você
O que é meu maior segredo.
Há coisa no mundo
Que me mete muito medo!


Não tenho medo do pai
Nem da mãe e nem do irmão.
Mas eu tenho muito medo
Do barulho do trovão!


- Do trovão? Mas que bobagem!
Que medo mais infantil!
Quando o trovão faz barulho
O raio até já caiu...


Medo eu tenho, vou dizer...
De uma coisa muito mixa...
Mas o que é que eu vou fazer?
Eu detesto lagartixa!


- Lagartixa? Vejam só!
Isso parece piada...
Nem ligo pra lagartixa!
Acho ela uma coitada!


Sabe do que eu tenho medo?
Que me dói o coração?
Até me arrepia a espinha...
Tenho medo... de injeção!


- Ah, injeção eu não gosto,
Mas não fico apavorada.
Existe só uma coisa
Que me deixa até gelada...


O que eu tenho muito medo...
Que me deixa num apuro...
É uma coisa meio besta...
É ter de ficar no escuro...


- Que medo mais bobo o seu!
Não tenho medo do escuro.
É só acender a luz
E pronto! Acaba-se o escuro!


O que eu tenho muito medo,
O que me causa pavor,
É de pensar em vampiro.
Vampiro me causa horror!


- Vampiro não me dá medo...
Acho que eu nunca senti...
Tenho medo do que existe!
E não do que eu nunca vi.


Mas existe uma coisinha...
Eu de medo até me encolho!
Eu tenho um medo danado
Mas é de pegar piolho!


- Piolho é um bichinho à-toa...
Não complica nossa vida,
É coisa que a gente cura
Com sabão e inseticida!


Agora, mais perigoso,
Pra mim, até que leão,
Tenho medo é de cachorro,
Cachorrinho ou cachorrão!


- Cachorro eu até que gosto.
Na minha casa tem três.
Agora, o que eu tenho medo
Eu vou contar de uma vez.


Não tenho medo de nada!
Nem de bicho nem de ladrão!
Mas apesar de valente
- Tenho medo de avião!


Avião é uma delicia!
Anda pra baixo e pra cima...
Não tenho medo nenhum,
Desde que era pequenina.


Mas peru, pato, galinha,
Galo grande ou garnizé,
Tudo que é bicho de pena,
Me põe de cabelo em pé!


- Pelo que eu vejo pessoal,
Ter medo não é vergonha.
Todo mundo tem um medo,
Que a gente nem mesmo sonha.


E eu vou andando,
Não temo bicho, nem homem!
Mas está chegando a hora
De aparecer lobisomem...
Eu tenho medo de avião
Só que eu tenho
Muito mais medo é de escorpião
E também de injeção!


Morro de medo de cobra
Principalmente cascavel
É bem venenosa
E está com um chapéu!


Tenho medo de jacaré,
Que perdeu o pé
Mas eu tenho muita fé
Acompanhada com café!


Tenho medo de porco
Que é muito nojento e fedorento
Gosta de brincar na lama
É muito lento...


O cachorrinho é fofinho,
E também gordinho.
Gosta muito de latir
Só que dá um medinho!

As fobias específicas



O que é?

Fobia específica é o medo que é desencadeado pela presença ou não, de um objeto ou situação. Sua exposição ao objeto ou situação acarreta muita ansiedade. A fobia específica inclui diversos subgrupos. Abordaremos aqui alguns mais comuns.
A fobia de altura é uma das mais comuns, dentre as fobias específicas, sendo representada dentro de um subgrupo de fobia de ambiente natural que inclui medo de tempestades, água e de altura.

Origem

 Estudos salientam que muitas vezes sua origem possui origem inata, em que o medo exagerado é aprendido, por condicionamento, sem ter vivenciado algum evento traumático, de forma espontânea ou não associativa.

População

Desta forma, a fobia de altura pode ter início tanto na infância quanto na vida adulta, acometendo homens e mulheres são até mais frequente.

                                                                                  Sintomas

                                                                                  Sudorese
Frio na barriga
Taquicardia
Náuseas
Falta de ar
 Boca seca




Tratamento

Existem diversas técnicas que ajudam o tratamento de fobia específica. A exposição ao objeto fóbico de forma gradual tem demonstrado resultados muito satisfatórios, entretanto, o tratamento da fobia de altura não disponibiliza de todas as opções que outros tipos de fobias específicas possibilitam, pois nem sempre é possível o terapeuta ter acesso fácil à situação que provoca fobia ao sujeito.
Na abordagem Cognitiva- Comportamental, durante as sessões, é importante que o terapeuta esclareça ao paciente, informações sobre a fobia que possui, fale sobre o tratamento e discute sobre a natureza da fobia. No decorrer das sessões, geralmente os pacientes são incitados a pensar sobre a fobia em termos de sentimentos, pensamentos e comportamentos associados, com o intuito de ter conhecimento detalhado de todos os aspectos. Poderá ser feito listas com sintomas que se apresentam diante da situação fóbica e examinar quais os pensamentos que ajudam a manter o medo, como: ex. ter medo de cair da ponte.
Posteriormente, o terapeuta poderá trabalhar os sinais de segurança, ou seja, possíveis comportamentos que trariam sensação de segurança frente à situação que lhe causa medo.  E depois de ter colhido várias informações úteis para o tratamento, utilizará o principal método “exposição sistemática”. A exposição à situação fóbica (altura) no caso feita por meio da imaginação tem como objetivo extinguir o medo condicionado e modificar suas crenças irracionais a respeito de determinada situação.

REFERÊNCIAS
RAMOS, Renato T. Fobias específicas: classificação baseada na fisiopatologia. Revista psiquiatra clínica. São Paulo, v. 34, n.4, p. 196-198, 2007.
CABALLO, Vicente, E. Tratamento Cognitivo- Comportamental dos Transtornos Psicológicos. Santos, Editora Com. Imp. Ltda, 2003. p.3-668.

Fobia Social



O que é?

Fobia social caracteriza-se como medo constante de experienciar situações embaraçosas que possam demonstrar sua imagem ridicularizada ou negativa, para os demais que a observam, desta forma, esquivam-se das situações sociais. Esse medo de vivenciar situações sociais é causado por ansiedade excessiva ou razoável, que impede à exposição dessas situações.


Origem

Apesar de muitos estudos, a fobia social não esclarece com precisão sua causa exata, entretanto, esses temores são considerados aprendidos, por meio de condicionamentos diretos ou observados. Outro fator importante, é a inibição comportamental, inclui timidez, introversão e outros, sendo considerada uma predisposição biológica, que é reforçada quando o sujeito aprende ter medo das situações.  Geralmente os fóbicos sociais, apresentam esses condicionamentos sem ter experienciado algum evento traumático, mas, foi condicionado por observar o medo dos outros, ou pela transferência de informações, aumentando o temor toda vez que há necessidade de expor-se (CABALLO, 2003).

Subtipos

Pode-se considerar que, a fobia social abrange-se em subtipos, como: fobia social circunscrita e generalizada. A fobia social circunscrita é quando a pessoa apresenta medo frente a uma ou duas situações sociais. Já a fobia generalizada caracteriza-se pelo temor de todas ou quase todas as situações sociais.

Sintomas


 Diversos sintomas somáticos estão frequentemente presentes como: tremor, rubor, taquicardia, sudorese, tensão muscular, sensação de vazio no estômago, boca seca, diarreia, urgência urinária, sentir frio/calor e outros.

População

A fobia social acomete pessoas dos dois sexos, embora seja difícil estabelecer idade exata que ocorre, é mais frequente no início na infância e da adolescência, podendo permanecer a vida toda.


Situações


As situações em que os fóbicos sociais mais temem são:
- Ir a uma festa
-Fazer e receber elogios
-Falar em público
-Falar para uma audiência
-Ficar (marcar um encontro) com alguém
-Ler texto em voz alta para um grupo
-Comer em público
-Conhecer novas pessoas
-Devolver um produto à loja onde comprou
-Utilizar banheiros públicos
-Assinar perante outras pessoas
-Ser observado enquanto escreve/trabalha
-Falar com pessoas com autoridade

TRATAMENTO


O tratamento Cognitivo- Comportamental tem sido muito reconhecido por sua eficácia, no que se refere aos dois tipos de fobia social (circunscrita e generalizada). O tratamento traz bons resultado tanto individual quanto grupal, sendo realizado através de sessões semanais.
A terapia Cognitiva- Comportamental tem como objetivo principal trabalhar as percepções, crenças e os pensamentos disfuncionais que o indivíduo constrói ao longo da vida, que o levou a condicionar o medo. Por meio de técnicas de educação, reestruturação cognitiva, relaxamento, exposição e de treinamento de habilidades sociais, os objetivos serão alcançados.
Durante as sessões, o terapeuta irá esclarecer algumas informações, abordando como será o funcionamento da terapia individual ou grupal e irá esclarecer informações sobre seu transtorno, tratamento, objetivo e ressaltando a importância do seu empenho nas tarefas.

Agorafobia





O que é?

A agorafobia caracteriza-se como medo de lugares abertos. Refere-se ao medo de sair de casa, medo de lugares onde a saída seja de difícil acesso, podendo ser lugares fechados, como aviões, elevadores, ou medo de passar por situações em que não é possível o socorro imediato. O individuo pode apresentar ainda, medo de permanecer em filas, lugares públicos, lugares com varias pessoas, medo de viajar em automóveis, trens e ou ônibus.


Origem:

Embora existam muitos estudos, não há um estudo conclusivo a causalidade de agorafobia, porem, os estudos apontam para vulnerabilidade biológica ou genética para alguns transtornos, sendo uma das teorias a do condicionamento aversivo ou experiência desagradável.

Sintomas:

Diversos sintomas psicológicos e físicos estão presentes, tais como: Evitação de determinados locais, medo de perder o controle sobre si próprio, o medo de morrer, de enlouquecer, de sofrer um acidente e de passar mal, sudorese, tremor, taquicardia, palpitação, falta de ar, dor de cabeça, formigamento nas mãos, diarreia, tontura, dor de estômago.



População:

A agrofobia acomete pessoas dos dois sexos, porem, a maior incidência ocorre em mulheres e maior prevalência em pessoas no início da fase adulta.







Tratamento:


O tratamento pode ser realizado por meio da técnica chamada de auto-exposição ao estímulo fóbico, no qual consiste no enfrentamento gradual das situações que provocam medo. O terapeuta juntamente com paciente, elabora  uma lista hierárquica de situações, para que, gradativamente ocorra o enfrentando do medo por parte do paciente, que atribuirá nota,  entre zero e dez, referente ao nível de ansiedade e, seguira para o próximo estagio da hierarquia, quando o desconforto diante daquele estímulo for superado

Referencias:

http://www.aporta.org.br/
http://www.scielo.br/pdf/ptp/v24n1/a11v24n1.pdf  http://www.drauziovarella.com.br/Sintomas/5301/agorafobia